terça-feira, 21 de abril de 2015

Crónica - Somos deficientes

Sou grata a tudo que tenho hoje, e pelo que luto para ter mais além. Reparando bem a vida que tenho é simplesmente boa. Dizem que não se deve comparar com a vida dos outros. 

Mas comparando com a vida das crianças que vivem na rua, que passam fome, que desejam ter algo que tenho em que penso que não é nada. Tenho sim uma vida boa. Pois hoje vejo claramente que tenho que agradecer e não lamentar, nem desejar a vida que os outros têm. 

Cada um tem a sua vida, sua história, seus desejos, pensamentos, e realidade. Pois, cada um planta semente que quiser, e irá colher do fruto que semeou. As vezes reclamamos de tantas coisas que nem vale a pena. Reclamo por ter orelhas grandes, e há outros com vontade de ter mesmo sendo grande, e eu a reclamar. 

Feliz é saber que tenho todas as partes do meu corpo bem, em que permite-me fazer tudo que foi dado para fazer. Pra que reclamar tanto dos nossos defeitos, se são os que temos, se são os que o senhor todo-poderoso, nos deu. Só nos resta agradecer. Apesar de tudo há pessoas que zumbam dos doentes mentais, dos deficientes, idosos, dos pobres, dos paraplégicos e entre outros, e esqueçam que temos deficiências, que muitos deficientes não têm. O preconceito é a pior de todas as deficiências.

Afinal quem são os deficientes?
·         -são somente aqueles que possuem determinadas deficiências, tipo auditiva, mental, cegueira? 

                    Pois enganam-se quem pensa assim pois quantas pessoas: possuem uma audição perfeita e não fazem questão de escutar o que seu próximo tem a lhe dizer, possuem uma visão extraordinária, mas não querem enxergar o que as pessoas têm a lhes mostrar, é mentalmente sã, mas agem com extrema deficiência. Há vários deficientes que são felizes pelo que são e têm, não reclamam da vida, e a esperança de ser melhor na vida permanece sempre neles. 

Nós que não temos deficiências auditivas, mental, entre outros temos manias de criar nossas «deficiências» fazendo-nos desistir dos sonhos, tornando-nos inertes quanto há obstáculo da vida, tentando camuflar nossa parcela de culpa junto aos problemas do mundo. Existem pessoas deficientes, mas não do corpo, que em nada impede de progredir enquanto humano e sim da morte. Precisamos aprender a enfrentar nossas deficiências e assumir com bravura os fracassos que ocorrem por escolhas nossas. Estamos sozinhos com nossas decisões! Essa é a verdade! A vida vai cobrar de nos, e não dos outros.

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